A Nova Era da Victoria’s Secret: Inclusividade e Representatividade no Desfile de 2025

Hartmann Braun
Hartmann Braun

A Victoria’s Secret vive hoje um momento de renovação profunda, inovando com uma proposta de inclusão que reforça seu compromisso com diferentes corpos, diferentes histórias e diferentes estilos. No desfile de 2025, o retorno do espetáculo marca não só a volta do glamour tradicional, mas uma transformação real: a marca aposta em diversidade, pluralidade e pertencimento como parte central de sua nova identidade. Essa mudança estratégica tem gerado repercussão mundial e mostra como uma gigante da moda pode se reinventar para dialogar com os valores contemporâneos.

Uma das grandes novidades desse ano é a participação marcante de brasileiras no casting. Adriana Lima e Alessandra Ambrósio retornam, trazendo a nostalgia de uma era icônica, enquanto Daiane Sodré e Gabriela Moura entram pela primeira vez em uma passarela da Victoria’s Secret. A presença dessas quatro mulheres reforça a ideia de representatividade nacional, mostrando que a marca está valorizando perfis que carregam diferentes trajetórias dentro da moda. A mistura entre veteranas e novas vozes brasileiras traduz bem o equilíbrio que a Victoria’s Secret busca entre legado e inovação.

No entanto, a transformação da Victoria’s Secret vai além de rostos: ela perpassa valores institucionais. A empresa decidiu abandonar metas rígidas de diversidade para concentrar seus esforços no pertencimento, segundo novas diretrizes internas. Esse foco renovado reflete a maturidade da marca, que entende que inclusão não é apenas número, mas sentimento — e que construir um senso de comunidade forte pode ser tão poderoso quanto alcançar metas organizacionais.

O retorno do desfile também ressurge com uma estética que mescla tradição e modernidade. O evento de 2025 foi desenhado para celebrar o glamour icônico das “asas” ao mesmo tempo em que reforça símbolos de empoderamento. Com produção grandiosa, música ao vivo e um elenco variado, o show não é apenas uma apresentação de lingeries, mas uma celebração artística e cultural que dialoga com o público contemporâneo.

A recepção do público às mudanças tem sido bastante positiva, especialmente entre os fãs brasileiros, que enxergam nas modelos nacionais um reflexo de suas próprias histórias. A evolução da Victoria’s Secret para incluir mulheres que representam diferentes idades, etnias e perfis físicos ressoa com quem busca ver a moda como algo mais do que superficial. Esse tipo de identificação ajuda a marca a reconectar-se com seus consumidores de maneira mais autêntica, o que é fundamental para fortalecer sua relevância no mercado.

Embora a jornada para uma inclusão plena ainda seja complexa, a Victoria’s Secret enfrenta esse desafio com consciência. Críticos destacam que a representatividade ainda é limitada em alguns aspectos, e que aparecer em um grande evento não resolve por si só os desequilíbrios estruturais da indústria da moda. Mas o fato de a marca dar esse passo, de forma contínua e planejada, sinaliza que ela está disposta a sustentar essa transformação para além do espetáculo.

Para o Brasil, a presença dessas quatro brasileiras traz um impacto simbólico potente. Não são apenas nomes famosos, mas mulheres que fizeram história e outras que estão começando jornadas. A Victoria’s Secret, ao colocá-las no centro desse novo momento, reforça a conversa entre tradição e futuro: ela homenageia ícones ao mesmo tempo em que abre espaço para novas vozes. Esse equilíbrio é estratégico para atrair diferentes públicos e gerar engajamento genuíno.

Em síntese, a edição de 2025 do desfile da Victoria’s Secret representa mais do que o retorno de um ícone da moda: é a afirmação de um novo posicionamento. A marca mostra que é possível reencontrar seu legado sem ignorar os tempos atuais, abraçando a diversidade e construindo um diálogo mais real com quem consome moda. Esse movimento reforça a relevância da Victoria’s Secret como uma marca que não apenas veste corpos, mas conta histórias — e está disposta a evoluir para refletir o mundo como ele é hoje.

Autor: Hartmann Braun

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