O empresário e fundador, Aldo Vendramin, apresenta que a evolução das políticas de sustentabilidade e a pressão internacional por redução de emissões consolidaram o mercado de carbono como um dos instrumentos mais relevantes de transição econômica, e entender o funcionamento desse mercado não é apenas uma tendência ambiental, mas um componente estratégico para competitividade, governança e acesso a novos investimentos no agronegócio.
Nos últimos anos, debates globais avançaram sobre metas de descarbonização, auditorias ambientais e exigências de rastreabilidade. No Brasil, além dos compromissos internacionais, iniciativas ligadas à governança sustentável ganharam força com a criação de certificadoras nacionais, incentivando produtores rurais e cadeias de suprimentos a adotarem práticas com foco em redução de emissões e captura de carbono em suas operações.
Neste artigo, venha compreender mais do que pode mudar para o ano de 2026 nos mercados de carbono e algumas orientações para os produtores.

A estrutura e maturidade do mercado brasileiro
O mercado de carbono no Brasil se divide em duas frentes principais: o regulado e o voluntário. O primeiro segue diretrizes definidas pelo governo, enquanto o segundo é impulsionado por empresas e investidores que buscam neutralizar ou compensar emissões de forma espontânea. A tendência é que, até 2026, o mercado voluntário se expanda ao mesmo tempo em que o regulatório se consolida, criando mais clareza de regras, critérios e oportunidades.
Essa regulamentação amplia a segurança jurídica, fortalece a confiança de compradores internacionais e permite que produtores rurais avaliem com maior precisão o retorno de projetos ambientais. Como elucida o senhor Aldo Vendramin, a expansão dessa estrutura torna a governança ambiental um componente essencial para a competitividade de propriedades, especialmente aquelas que desejam integrar cadeias exportadoras.
Exigências de governança e rastreabilidade
A rastreabilidade, antes associada apenas à segurança alimentar, ganhou nova dimensão. A verificação dos impactos ambientais passou a incluir medição de emissões, análise de solo, práticas de manejo e uso de tecnologias que comprovam reduções ou capturas. Com isso, os produtores que adotam monitoramento sistematizado saem à frente no acesso a certificações, contratos e parcerias.
A criação da certificadora brasileira voltada ao mercado de carbono tem impacto direto sobre o agronegócio. Ao estruturar um modelo nacional, o país reduz a dependência de validações externas, diminui custos e amplia o volume de projetos aptos a gerar créditos. Porém, isso vem acompanhado de maior rigor técnico e documental.
Isso porque, conforme destaca Aldo Vendramin, o processo de certificação envolve mudanças culturais e operacionais, exigindo registros detalhados e controle de atividades. Essas mudanças, alteram a rotina do produtor, mas fortalecem sua posição em mercados que exigem comprovação socioambiental.
Potencial econômico para o produtor rural
A monetização dos créditos de carbono desperta interesse crescente, mas seu potencial financeiro depende de múltiplos fatores: tipo de projeto, área disponível, tecnologia empregada, auditoria e credibilidade da metodologia. Projetos de reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e agricultura de baixo carbono figuram entre os mais promissores.
Entretanto, o retorno financeiro não é o único ganho, informa o senhor Aldo Vendramin, a adoção de sistemas sustentáveis pode reduzir custos, ampliar produtividade, melhorar o solo, reduzir perdas e fortalecer a imagem da propriedade. No médio prazo, produtores preparados para demonstrar desempenho ambiental terão maior facilidade para negociar com indústrias, exportadores e investidores.
A agenda global de sustentabilidade trouxe desafios, mas também abriu portas para financiamentos e linhas de crédito específicas. Em alguns casos, bancos e parceiros comerciais exigem ou incentivam práticas ambientais como condição de contratação.
Impacto nas operações e nos processos de gestão
A implementação de práticas alinhadas à agenda de carbono exige mudanças no planejamento, monitoramento e tomada de decisão. O mercado exige dados consistentes, confiáveis e auditáveis, todo esse processo envolve:
- monitoramento de emissões;
- registro de atividades relacionadas ao manejo;
- documentação de práticas que reduzam ou capturem carbono;
- uso de plataformas tecnológicas para apoio à gestão.
A gestão integrada, que combina aspectos ambientais, produtivos e financeiros, passa a ser determinante. O produtor que entende a lógica desse processo fortalece sua posição perante compradores e regulações. Assim como menciona Aldo Vendramin, o agronegócio moderno exige visão de futuro e adaptação a cenários em transformação. O produtor que se antecipa não apenas cumpre requisitos, mas conquista vantagem competitiva.
Como sobressair daqui para frente?
O mercado de carbono brasileiro apresenta oportunidade significativa para o setor rural, especialmente em um ambiente em que sustentabilidade e governança ambiental se consolidam como exigências e não apenas diferenciais. A regulamentação traz segurança e abre caminho para maior volume e qualidade de projetos.
Para o produtor rural, a adoção de práticas ambientais estruturadas permite acesso a novos mercados, melhora reputação, atrai investimentos e contribui para rentabilidade no médio e longo prazo. A transição exige adaptação, controle e análise técnica, mas projeta o agronegócio brasileiro como protagonista na economia de baixo carbono.
Acompanhar as mudanças, compreender exigências e incorporar gestão ambiental aos processos tornou-se imperativo, resume Aldo Vendramin, visto que o futuro do setor será construído por quem compreende que sustentabilidade é parte estratégica da gestão rural.
Autor: Hartmann Braun