Daniella Jadão Menezes percebe a violência contra a mulher e a saúde mental como temas inseparáveis quando se fala em proteção e dignidade para as maranhenses. A agressão física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial não deixa apenas marcas visíveis: compromete a autoestima, fragiliza vínculos e pode desencadear adoecimento emocional profundo.
Esses desafios não se restringem a casos extremos. Muitas vezes, a violência é silenciosa, repetida no cotidiano, normalizada em relações familiares e comunitárias. Nesse cenário, fortalecer a rede de proteção, ampliar o acesso a serviços de saúde mental e promover informação qualificada são passos decisivos para romper ciclos de sofrimento.
Violência contra a mulher como questão de saúde pública
A violência de gênero não é apenas um problema privado ou restrito ao ambiente doméstico. Daniella Jadão Menezes nota que se trata de uma grave questão de saúde pública e de violação de direitos humanos. Mulheres que convivem com ameaças, agressões e controle abusivo têm sua rotina comprometida, adoecem com mais frequência e encontram mais barreiras para acessar estudo, trabalho e participação social.
A atuação do poder público, nesse contexto, precisa ser firme e articulada. Delegacias especializadas, campanhas permanentes, canais de denúncia acessíveis e abrigos de proteção são elementos essenciais para garantir que as vítimas tenham para onde correr quando decidem romper o silêncio. Quanto mais estruturada é a rede, maior é a chance de salvar vidas e interromper ciclos de violência que se repetem por anos.
Impactos emocionais e o peso sobre a saúde mental das mulheres
Situações de violência deixam marcas profundas na saúde mental. Crises de ansiedade, depressão, medo constante, culpa e sensação de isolamento são algumas das consequências mais recorrentes. Daniella Jadão Menezes elucida que falar de proteção às mulheres sem considerar esse impacto emocional é enxergar apenas uma parte do problema.
O atendimento psicológico e psiquiátrico, quando oferecido de forma humanizada e acessível, ajuda as mulheres a reconstruírem sua autoestima, reorganizarem suas histórias e retomarem projetos interrompidos pela violência. Serviços de saúde que acolhem sem julgamentos, respeitam o tempo de cada uma e trabalham em parceria com a rede de proteção fazem a diferença no processo de cura.
Rede de proteção e serviços integrados
Nenhuma mulher deveria enfrentar essa realidade sozinha. Na compreensão de Daniella Jadão Menezes, uma rede de proteção efetiva exige a integração entre diferentes políticas: segurança pública, saúde, assistência social, justiça e educação. Quando cada área atua isoladamente, a vítima se perde entre portas e protocolos; quando há articulação, o caminho fica mais claro e o atendimento mais ágil.

Centros de referência, equipes multiprofissionais, atendimento jurídico gratuito e abrigos temporários são pontos de apoio que precisam estar conectados. Uma mulher que denuncia uma agressão deve ser imediatamente orientada sobre seus direitos, acolhida em sua dor emocional e acompanhada na reorganização de sua vida. Essa visão integral ajuda a romper a ideia de que a violência é um problema “de casa” e a reposiciona como responsabilidade do Estado e de toda a sociedade.
Informação, acolhimento e mudança cultural
A transformação passa também pela informação. Campanhas educativas, rodas de conversa em bairros, ações em escolas e espaços comunitários são caminhos para explicar o que é violência, quais comportamentos são inaceitáveis e onde buscar ajuda. Daniella Jadão Menezes ressalta que, quanto mais informação circula, menos espaço há para o silêncio, a culpa e a naturalização da agressão.
Ao mesmo tempo, o acolhimento precisa ser uma prática constante. Profissionais de saúde, educação e assistência social que recebem relatos de violência devem estar preparados para ouvir com respeito, proteger a confidencialidade e orientar sem julgamentos. Essa postura acolhedora pode ser o ponto decisivo para que uma mulher se sinta segura para romper com o agressor e iniciar um novo ciclo de vida.
Um Maranhão comprometido com a vida e a saúde das mulheres
Daniella Jadão Menezes sugere que construir um Maranhão mais justo passa, necessariamente, por proteger e cuidar das mulheres em todas as etapas de suas vidas. Isso significa fortalecer leis, ampliar serviços, investir em campanhas e garantir acesso à saúde mental como parte do direito à saúde.
Cada mulher que consegue se libertar de uma relação abusiva, cada atendimento humanizado realizado e cada caso prevenido representam avanços concretos na construção de um estado mais seguro e igualitário. A defesa da vida das mulheres é também defesa do futuro do Maranhão.
Autor: Hartmann Braun