Quais são as principais diferenças entre as preferências de investimento da geração Z e das gerações mais velhas?

Hartmann Braun
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Cicero Viana Filho compara as escolhas de investimento entre a geração Z e os investidores tradicionais.

Conforme evidencia Cicero Viana Filho, as diferenças entre as preferências de investimento da geração Z e das gerações mais velhas têm chamado atenção de especialistas em finanças e do mercado. Compreender essas particularidades é essencial para interpretar o comportamento do investidor moderno e antecipar tendências que moldarão o futuro da economia global. Essa comparação revela contrastes marcantes em relação à tolerância ao risco, às expectativas de retorno e à valorização de critérios sustentáveis.

Como a geração Z enxerga os investimentos?

A geração Z, formada por jovens nascidos a partir da segunda metade da década de 1990, adota uma postura diferenciada em relação ao mercado financeiro. Essa geração cresceu em um ambiente digitalizado, com amplo acesso à informação e à tecnologia, o que influencia diretamente suas decisões. Para esses investidores, plataformas digitais, aplicativos de finanças e criptomoedas são instrumentos familiares.

Para Cicero Viana Filho, a geração Z tende a valorizar investimentos que combinem inovação, agilidade e propósito social. A busca por ativos sustentáveis, empresas de tecnologia e negócios ligados à economia verde demonstra uma mentalidade voltada para o futuro. Além disso, o perfil é mais tolerante ao risco, desde que exista potencial de crescimento rápido e alinhamento com valores pessoais, como diversidade e impacto ambiental positivo.

Quais características predominam nas gerações mais velhas ao investir?

Segundo Cicero Viana Filho, as gerações mais velhas, compostas por investidores da geração X e dos baby boomers, apresentam características bastante distintas. Em geral, esses investidores cresceram em um contexto de menor acesso à tecnologia e em períodos de maior instabilidade econômica, o que favoreceu uma postura mais conservadora.

Entenda com Cicero Viana Filho como cada geração enxerga riscos e oportunidades no mercado financeiro.
Entenda com Cicero Viana Filho como cada geração enxerga riscos e oportunidades no mercado financeiro.

O foco dessas gerações costuma estar na preservação de patrimônio, na estabilidade e na segurança. Por isso, ativos tradicionais como imóveis, títulos públicos e fundos de renda fixa permanecem como prioridade. Embora muitos tenham migrado para a renda variável, a maior parte mantém aversão ao risco e prefere retornos previsíveis e consistentes ao longo do tempo.

Um dos traços mais marcantes da geração Z é a familiaridade com o universo digital. O crescimento de criptomoedas, NFTs e plataformas de investimentos online está diretamente relacionado a esse público. Essa preferência se deve à combinação de fatores como praticidade, inovação e sensação de pertencimento a um movimento global. Enquanto os mais jovens buscam retornos acelerados em ativos alternativos, também demonstram preocupação em investir em negócios que causem impacto positivo no planeta. 

Como as gerações mais velhas lidam com riscos e retornos?

As gerações anteriores preferem a previsibilidade e tendem a evitar volatilidade excessiva. Isso explica a preferência por investimentos que ofereçam segurança e liquidez. A construção de patrimônio para aposentadoria e o planejamento sucessório estão no centro das escolhas, diferentemente da geração Z, que muitas vezes investe com foco em experiências de curto e médio prazo.

Cicero Viana Filho explica que os mais velhos enxergam o mercado financeiro como um espaço que exige prudência. Por esse motivo, privilegiam ativos que mantenham estabilidade, mesmo que os retornos sejam menores quando comparados às opções buscadas pela geração mais jovem.

Quais fatores culturais influenciam essas diferenças?

Além da idade, fatores culturais e históricos moldam o comportamento de cada geração. A geração Z cresceu em meio a debates sobre sustentabilidade, diversidade e mudanças climáticas. Isso influencia suas escolhas financeiras, que tendem a priorizar empresas comprometidas com boas práticas ambientais, sociais e de governança. Por outro lado, as gerações mais velhas vivenciaram períodos de hiperinflação, crises econômicas e sistemas financeiros menos acessíveis. Esse histórico levou a uma valorização maior da estabilidade.

Por fim, Cicero Viana Filho aponta que as diferenças de comportamento entre gerações mostram um mercado em constante transformação. O futuro tende a combinar características de ambos os perfis: de um lado, a ousadia e a inovação da geração Z; de outro, a prudência e a busca por estabilidade das gerações mais velhas.

Autor:  Hartmann Braun

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