Oluwatosin Tolulope Ajidahun elucida que o uso de anabolizantes, embora frequente em contextos competitivos, pode comprometer a fertilidade ao interferir no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. Entre atletas de alto rendimento, a busca por ganho de força e recuperação acelerada costuma coexistir com ciclos hormonais exógenos que, segundo a literatura, reduzem a produção endógena de testosterona e estrogênios, alteram a espermatogênese e perturbam a ovulação. No curto prazo, ganhos de performance mascaram riscos reprodutivos relevantes.
Observa-se que a supressão de gonadotrofinas e a atrofia testicular podem diminuir contagens espermáticas, enquanto, em mulheres, irregularidades menstruais e anovulação tornam a concepção menos provável. De acordo com análises clínicas, a intensidade do treino, a duração do ciclo e as combinações de substâncias modulam a magnitude do dano, exigindo monitoramento individualizado.
Efeitos endócrinos dos anabolizantes na espermatogênese e na ovulação
Tosyn Lopes aponta que os esteroides anabolizantes exógenos geram feedback negativo, reduzindo LH e FSH e, por consequência, a produção intratesticular de testosterona, essencial para a espermatogênese. Em paralelo, compostos androgênicos aromatizáveis elevam estrogênios circulantes, agravando a inibição do eixo e favorecendo ginecomastia e disfunções sexuais. Em mulheres, a hiperandrogenemia pode desorganizar a foliculogênese, piorar a qualidade oocitária e alterar a fase lútea.

Ressalta-se que pró-hormônios e “designer steroids” carregam perfis farmacocinéticos imprevisíveis. Analisa-se que variações de meia-vida, potência e afinidade por receptores androgênicos elevam o risco de supressão prolongada, mesmo após ciclos curtos, retardando a recuperação reprodutiva espontânea.
Riscos específicos para atletas de alto rendimento
Oluwatosin Tolulope Ajidahun salienta que cargas de treino elevadas somadas a déficit energético relativo podem potencializar os efeitos deletérios dos anabolizantes. Em homens, frisa-se a queda do volume seminal, a redução da motilidade e o aumento de espermatozoides com morfologia anômala. Em mulheres, menciona-se a maior incidência de amenorreia hipotalâmica quando o uso de esteroides ocorre sobre base energética cronicamente negativa.
De acordo com estudos observacionais em esportes de força e fisiculturismo, a combinação de 17-alquilados orais com injetáveis favorece hepatotoxicidade e dislipidemia, fatores que, indireta e cumulativamente, afetam a função gonadal. Acrescenta-se que a automedicação e a subnotificação dificultam estimar dose total e tempo de exposição, aumentando a incerteza clínica.
Sinais clínicos, diagnóstico e monitoramento
Tosyn Lopes reforça que sinais como libido reduzida, disfunção erétil, volume testicular diminuído, acne inflamatória e alterações de humor devem acionar investigação endócrina. Em mulheres, evidencia-se hirsutismo, voz mais grave, irregularidade menstrual e dor pélvica cíclica atípica. A avaliação inclui dosagens de LH, FSH, testosterona total e livre, estradiol, prolactina, SHBG e, quando indicado, inibina B.
Segundo protocolos de medicina esportiva, o espermograma com morfologia estrita (Kruger) e testes de fragmentação de DNA complementam o diagnóstico masculino. Nas atletas, ultrassonografia transvaginal e perfil progesterona-estradiol na fase lútea auxiliam a confirmar anovulação. Observa-se que repetir exames após 8 a 12 semanas pós-ciclo ajuda a mapear recuperação do eixo.
Estratégias de mitigação e retorno seguro ao esporte
Oluwatosin Tolulope Ajidahun destaca que a primeira alavanca é cessar o uso de anabolizantes e instituir acompanhamento médico. Em casos selecionados, comenta-se o emprego de estratégias de “post-cycle therapy” sob supervisão, visando reativar o eixo gonadal. Propõe-se, ainda, ajustes nutricionais para resolver déficit energético e restaurar leptina e grelina em níveis compatíveis com função reprodutiva.
De acordo com as diretrizes clínicas, recomenda-se período de washout antes de tentativas de concepção, com reavaliação periódica de parâmetros hormonais e seminais. Sugere-se priorizar treinos periodizados, sono adequado e controle do estresse, pois o cortisol cronicamente elevado agrava a inibição gonadal. Em mulheres, a reintrodução gradual de carga, aliada a reposição energética e correção de micronutrientes, favorece a retomada da ovulação.
Considerações éticas, legais e educacionais no alto rendimento
Tosyn Lopes pontua que o uso de anabolizantes viola códigos antidopagem e expõe atletas a sanções esportivas e contratuais. Sinaliza-se, também, o custo biológico de decidir por ganhos imediatos com prejuízo potencial de fertilidade futura. Programas de educação continuada que explicam riscos reprodutivos, alternativas de periodização e nutrição baseada em evidências reduzem a adesão a ciclos ilícitos.
Exemplifica-se que políticas de equipe que integram médico do esporte, nutricionista e psicologia do desempenho criam ambiente de suporte e responsabilização. Esclarece-se que a transparência na comunicação com atletas em idade fértil é decisiva para escolhas informadas, protegendo carreiras e planos de vida.
Autor: Hartmann Braun
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